Colheita de café arábica começa com estimativa de 3,3 milhões de sacas

publicidade

A colheita do café arábica começou oficialmente nesta semana no Espírito Santo, terceiro maior produtor nacional da variedade. A expectativa é que a safra 2025 alcance 3,3 milhões de sacas de 60 quilos, conforme estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa cerca de 10% da produção brasileira prevista para o arábica este ano, reforçando o papel do estado na diversificação da cafeicultura nacional.

Tradicionalmente conhecido pelo café conilon — do qual lidera a produção no Brasil —, o Espírito Santo vem ampliando sua participação no cultivo do arábica, especialmente nas regiões de altitude das montanhas capixabas, como Venda Nova do Imigrante, Castelo, Afonso Cláudio e Domingos Martins. O clima mais ameno e o relevo acidentado favorecem a produção de grãos com qualidade superior, voltados para o mercado de cafés especiais.

A área plantada com arábica no estado é de aproximadamente 121,6 mil hectares, segundo a Conab, com produtividade média estimada em 27,1 sacas por hectare. Embora o rendimento ainda esteja abaixo de outras regiões produtoras — como o Sul de Minas —, os avanços tecnológicos e o manejo mais eficiente vêm reduzindo essa diferença. O destaque, neste ano, é o uso de novas cultivares mais produtivas e estáveis, desenvolvidas pela pesquisa pública.

Leia Também:  Crédito rural do plano safra 23/24 atinge R$ 373,4 bilhões, crescimento de 13%

Esse esforço visa mitigar os efeitos da bienalidade — alternância natural entre safras altas e baixas no arábica —, que dificulta o planejamento e a estabilidade da renda do produtor. Também avança, ainda que timidamente, o uso da irrigação como estratégia para regularizar a produção e enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.

O Espírito Santo responde hoje por uma cafeicultura de base familiar em mais de 26 mil propriedades, com forte presença de pequenos e médios produtores. A renda gerada pela atividade movimenta economias locais e influencia diretamente indicadores sociais em dezenas de municípios do interior.

A diferença entre o arábica e o conilon é também econômica. Enquanto o conilon, mais resistente, é voltado para a indústria de solúvel e blends comerciais, o arábica capixaba mira o mercado de maior valor agregado. O Estado tem ampliado a presença em concursos de qualidade e exportações de cafés especiais, especialmente via cooperativas e microlotes certificados.

Com o preço do arábica em alta no mercado internacional — sustentado por demanda consistente e limitações climáticas em outras regiões produtoras —, a colheita de 2025 começa sob expectativa positiva. Resta saber como o produtor capixaba irá equilibrar qualidade, custo de produção e estabilidade frente às oscilações do clima e do mercado.

Leia Também:  Exportações do agronegócio brasileiro caem em março, mas fecham trimestre recorde

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:

Compartilhe essa Notícia

publicidade

publicidade

publicidade

Previous slide
Next slide

publicidade

Previous slide
Next slide
Botão WhatsApp - Canal TI