O Brasil e as mudanças climáticas

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A seca na Amazônia fez desaparecer rios, principais vias de transportes da região
Reprodução/Flipar

A seca na Amazônia fez desaparecer rios, principais vias de transportes da região


O Brasil está diante de uma janela de oportunidades de negócios e investimentos para a descarbonização da economia diante das ameaças climáticas. Usinas eólicas offshore e fábricas de hidrogênio verde estão na pauta do dia das energias renováveis para substituir os combustíveis fósseis, um dos temas da visita presidencial a Berlim em quatro de dezembro próximo.


Mas, em caso de se beneficiar desses investimentos, o país também precisa se preparar para as consequências das mudanças climáticas, que dão sinais claros os estragos que podem provocar como na Amazônia.

A seca extrema na Amazônia e chuvas torrenciais no Sul e no Sudeste chamaram a atenção por volumes nunca registrados e pelo potencial de perdas econômicas.
A grande São Paulo teve 500 mil casas e comércios que ficaram sem energia elétrica , fato inaudito, por mais de quatro dias por chuvas com fortes ventos e incúria governamental com enormes prejuízos financeiros.

No Paraná e no Rio Grande do Sul, as lavouras de trigo, arroz e cevada foram afetadas com perdas ainda sendo calculadas.

A seca na Amazônia fez desaparecer rios, principais vias de transportes da região, gerando risco de desabastecimento de itens eletroeletrônicos e perda nas linhas de produção da Zona Franca de Manaus. Por causa de mudanças no regime de chuvas, o Brasil se viu a beira de um racionamento de energia elétrica.

O presidente Lula anunciou recentemente o novo plano de aceleração do crescimento, com previsão de investimentos de 1,7 trilhão de reais.

É preciso que no desenvolvimento desses projetos se incorporem os riscos climáticos para que se possa minimizar os impactos ambientais sobre a infraestrutura que está sendo construída segundo esse plano.

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As medidas para dotar nossa infraestrutura de condições necessárias para enfrentar situações mais extremas do que houve até hoje são urgentes, sob pena de os prejuízos se avolumarem e demandando cada vez mais os já escarsos recursos públicos.

O ministério dos transportes elaborou um levantamento sobre as condições de infraestrutura viária do Brasil e a vulnerabilidade da mesma em relação a eventos como transbordamento de rios, deslizamento de terras, ventos acima de 100 quilômetros por hora e grandes volumes de chuva concentrados em uma região em um curto período de tempo.

O levantamento mostra os pontos ou os trechos mais vulneráveis e as ações necessárias para que os mesmos adquiram resiliência em relação às intempéries.

Com o estrago feito pelas chuvas em São Paulo , a agência nacional de energia elétrica acendeu o alerta para a necessidade de discutir com as distribuidoras de energia elétrica medidas para atenuar os efeitos das mudanças climáticas.

O mesmo deve ocorrer com o setor de telecomunicações, que compartilhar com a rede de energia sua infraestrutura de conexão. A queda de um poste interrompe a energia e as telecomunicações. A principal solução para evitar esse tipo de risco e enterrar as redes, mas em função do alto custo ela se torna inviável para a infraestrutura existente.

Razoável que, para as novas instalações, seja exigida que se faça a rede de forma subterrânea.

Não há mais como negar que vamos conviver cada vez mais com eventos climáticos extremos, e urgente que para mitigar perdas e impactos sobre a população, se busquem formas de reduzir esses efeitos.

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Nas grandes cidades é preciso que as prefeituras e os órgãos responsáveis façam a poda e o controle das árvores, sobretudo as de grande porte, e a limpeza dos bueiros e estruturas de contenção de águas pluviais para evitar inundações que sempre tem grande impacto sobre a população como se viu no Sul do Brasil.

É preciso agir rápido antes que as mudanças climáticas se tornem mais frequentes e mais severas.

O compromisso das maiores economias do mundo em neutralizar as suas emissões de carbono terá impacto nas correntes de comércio e de investimentos pressionando as cadeias de suprimentos globais de energia a essa adaptação.
Esse reposicionamento também deverá gerar oportunidades para o Brasil considerando nossas vantagens comparativas.

Segundo estimativas, a demanda por créditos voluntários de carbono no Brasil pode atingir de 1,4 bilhões de dólares a 2,3 bilhões de dólares até 2030. Nesse cenário, o nosso país responderia por 15% do potencial total da oferta de soluções baseadas na natureza. Hoje, o Brasil emite menos de 1% desse valor.

Projetos de reflorestamento, de agricultura e de combate ao desperdício de energia poderiam alavancar a geração de créditos de carbono no Brasil. Esses projetos poderiam gerar receita de até 15 bilhões de dólares.

A reconfiguração do poder político e econômico do Ocidente para a Ásia e a transição global para uma economia mais digital e de baixo carbono demandam uma renovação das políticas públicas no Brasil e um reposicionamento diplomático condizente com essa nova realidade, bem como com as demandas, capacidades, anseios e interesses concretos do Brasil.

Fonte: Nacional

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